sábado, 2 de janeiro de 2010

Jorge e Rosinha







Esse casal é muito amigo da minha família, praticamente são membros dela, pois a mãe da Rosinha era nossa vizinha de corredor no prédio em que residíamos na Vila da Penha. Eu era adolescente, a Rosinha e o Jorge eram namorados ou noivos e no apartamento também moravam o irmão da Rosinha e a Dona Maria, a matriarca. Eram e são pessoas incríveis, construímos uma amizade que ultrapassa o tempo e a geografia, vivenciamos muitas coisas juntos.
Morávamos no segundo andar de um prédio pequeno com três andares. A família da Dona Maria foi residir posteriormente, mas a empatia entre nós foi quase imediata. O falecido irmão da Rosinha era vascaíno doente e cismava que meu irmão mais novo, flamenguista, teria que virar a casaca. Chegou até a comprar a camisa da torcida organizada "Pequenos Vascaínos" para o meu irmão, mas não teve jeito...Eu não sei dizer o que é pior, ser vascaíno ou flamenguista. Mas, sei afirmar o que é o melhor: ser tricolor.
Nossas famílias eram tão amigas que as portas dos apartamentos ficavam abertas para o corredor comum. Era frequente a Dona Maria aparecer lá em casa e a minha mãe visitá-la também. A Dona Maria era uma cozinheira de mão cheia, como poucas que eu vi. Eu não gosto de peixe assado, mas ela fazia um peixe no forno que era algo de outro mundo. O peixe tinha uma apresentação espetacular, era recheado com camarões e fechado com um barbantinho. Aquele peixe eu comia e pedia bis porque era divino.
Presenciei o drama da família da Rosinha em duas ocasiões, no falecimento do irmão e da primeira filha. Foram ocasiões muito tristes e talvez na minha imaturidade eu não tivesse a dimensão do que é perder um ente querido. Eu me recordo como se fôsse hoje do dia em que estava perto do telefone de casa e, por algum motivo, a Rosinha estava recebendo ou fazendo ligações do nosso aparelho. Ela estava desconsolada com a perda do irmão e eu não sabia o que dizer, simplesmente emudeci.
Ficamos muito felizes com a presença de vocês e esperamos manter esse relacionamento por várias gerações.

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

Vânia e Cristiane


A Vânia está de vermelho, me abraçando. Cristiane está junto ao marido, conversando com a Débora.
Vânia era minha companheira numa clínica de radiologia em Copacabana. Dividíamos muitos períodos juntos, eu trabalhando na tomografia/usg e ela na usg. Ficávamos cada um em sua bancada, falando mal ou bem das pessoas (rs), comentando sobre filmes e contando as histórias do nosso dia-a-dia. Ela é uma pessoa com um astral incrível, mas sem ser exagerada. Eu me divertia com os seus comentários acerca do que acontecia a nossa volta, pois ela sabia ser irônica na medida certa. A primeira impressão que passei não foi das melhores, pois ela me confessou, uma vez, que ficou decepcionada quando soube que eu iria trabalhar com ela aos sábados, "putz, vou ter que trabalhar com aquele cara" (rs). Acabamos nos tornando grandes amigos e comentaristas/críticos do cotidiano radiológico (o popular "fofoqueiros"). Dávamos muitas risadas com os tipos que militam na nossa especialidade e os pacientes extravagantes que, vez por outra, apareciam para fazer exame. Havia uma paciente mala que adorava a Vânia e sempre fazia exames com ela. Depois que fiquei sabendo que a paciente sempre a chamava de Dra. Albuquerque, nunca mais consegui chamá-la de Vânia novamente. Saudades das nossas conversas, amiga.
Cristiane é minha sócia, literalmente. Quando eu morrer, podem cobrar as dívidas da firma na casa dela (rs). Brincadeiras à parte, ela é uma ótima colega, não poderia ter encontrado alguém melhor do que ela para ser minha sócia. Quando eu penso em fazer alguma coisa relacionada à firma, a Cristiane já está por dentro do assunto muito antes. E não deixa furo algum. Nosso relacionamento é muito tranquilo e estamos sempre nos comunicando, seja por email, telefone ou SMS. Recentemente, nos encontramos com ela e seu marido para um bate-papo descontraído sobre nossa viagem de lua-de-mel. Eles nos deram muitas dicas e recomendações sobre o país (Itália) e a Débora se entendeu muito bem com a Cristiane. Estamos devendo um outro encontro para mostrar as fotos e atualizar as novidades, mas isso não vai demorar a acontecer. Amiga e sócia, muito obrigado a você e ao Marcos pela presença.

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

Andrea


Essa era uma das minhas melhores amigas nos anos de residência médica. Eu estava um ano a frente, mas a Andrea era companhia frequente nas rodas de estudo, discussão de casos e papos informais, juntamente com a Ana Célia, Marise, Henrique e outros. Mais tarde fomos trabalhar juntos numa clínica em Copacabana, de onde já saí, mas onde deixei muitos amigos.
A Andrea é aquela pessoa guerreira, mas uma batalhadora com um jeito muito meigo e doce de ser. É uma pessoa extremamente gentil, prestativa e com um coração enorme. No tempo em que estivemos em contato, lembro-me que tudo era conseguido com muito suor e trabalho. Eu ficava impressionado com a energia e a garra que ela demonstrava em tudo que fazia. Corria atrás mesmo.
No Pedro Ernesto, eu a via como aquela irmã mais nova que eu nunca tive. E talvez eu e a Ana fôssemos os irmãos mais velhos (que talvez ela nunca teve também, pois acho que seu irmão era mais novo).
Andrea também foi (ou ainda é...rs) corredora amadora como eu. Trocávamos várias informações sobre competições, lugares para treinar, equipamentos de corrida etc. Recordo com satisfação os seus relatos da maratona de Paris e da meia de Praga. Talvez incentivado pelo seu exemplo fiz a minha estreia na meia de Ottawa e depois fui correr as duas únicas maratonas do meu currículo: Chicago e Berlim. Na minha estreia em Chicago, ventava e fazia tanto frio na largada (zero grau) que eu ficava me perguntando: "O que estou fazendo aqui...?" Nunca treinamos juntos, pois pertencíamos a assessorias esportivas diferentes e os meus treinos também incluíam bicicleta, já que eu também participava de trilhas e competições de mountain bike. Aliás, no mountain bike eu também tive meu momento "O que estou fazendo aqui...?" Competi em Passa Quatro, MG, e a primeira ladeira de terra batida era uma subida íngreme de 12 kms. De onde eu larguei, não conseguia vir o topo da primeira subida. Depois foram mais 34 kms de sobe e desce. No dia seguinte foi um pouco mais light, só 26 kms de ladeiras. Voltei pro Rio com uma contratura de musculatura lombar que perdurou durante uma semana.
Infelizmente, um dos maiores dramas familiares da Andrea esteve ligado a este esporte, a bicicleta. O ex-marido era corredor e triatleta amador. E, lamentavelmente, nos deixou após um atropelamento enquanto treinava de bike. Depois que seu ex-marido faleceu, perdi o entusiasmo de vez, pois outros conhecidos já haviam sofrido acidentes fatais terríveis. Eu achava perigoso ter que pedalar sozinho pelo Recreio e mesmo dentro do pelotão na Barra. Muitas vezes era obrigado a acordar de madrugada para evitar o trânsito e mesmo nessas horas via cada barbaridade...Certa vez, quando estava para contornar um dos anéis da orla do Recreio, escutei um estrondo muito grande e posteriormente o barulho de aço atritando contra o chão. Eram 4:50h da manhã e, boquiaberto, vi um carro capotado arrastar-se pela rua, atravessando o cruzamento que se comunica com aquela ponte em construção. Só existem loucos e bêbados trafegando pela rua nesse horário. O falecimento do Marcelo me deixou triste e desanimado para pedalar. Minhas duas bikes estão encostadas, talvez eu as reforme de novo e volte a pedalar ocasionalmente...
Andrea, amiga, muita luz! Você merece brilhar sempre!

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

Rosiara


Esta é minha amiga de faculdade e que não via há muito tempo. Pena que é tudo muito corrido e sempre com uma demanda enorme de atenção, pois não consegui falar com ela da forma como queria.
Inevitavelmente numa turma de 80 alunos, os grupos se formam, seja por afinidade, lugar em que se mora ou os dois. No nosso caso eram as duas coisas, pois além da afinidade e carinho que tínhamos um pelo outro, morávamos em Jacarepagua e íamos para faculdade juntamente com o Antônio. De início, era o Antônio quem ia dirigindo e depois passei a dividir a tarefa quando fui habilitado pelo Detran.
Nos primeiros anos convivíamos juntos: eu, Antônio, Rosiara, Sheila e Mônica. A Mônica era a mais quietinha, o Antônio tinha as opiniões mais equilibradas, a Rosi e Sheila as agitadoras e eu, o observador. Era um grupo muito engraçado entre si, lembro-me que eu e a Sheila passávamos o tempo inteiro implicando um com o outro, às vezes a Rosi me criticava por algum motivo e eu dizia: "Sheila, me defende aí, pô!" E a Sheila não falava nada porque a Rosi era a melhor amiga dela na faculdade. Como as duas tricotavam...(rs)
A Rosi sempre foi aquela pessoa simpática e muito meiga, mas sincera quando tinha que ser. Lembro-me de uma história que ela contou sobre um restaurante na zona oeste. Ela detestou o restaurante e começou a falar mal num grupo de amigos. Até que uma das pessoas que estavam no grupo disse: "o meu pai é dono desse restaurante"...No que ela respondeu: "ai, desculpa, fulana, agora já falei"...
Rosi, muitas saudades de vc, amiga. A sua filha é um amor de simpatia e espontaneidade. Parabéns!

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

Duda (meu irmão) e Adriana


Estes foram os salvadores da pátria. Graças a eles nós pudemos nos casar, pois emprestaram as alianças de uma forma muito prestativa. Foi um ato que ajudou a reafirmar nossa amizade e consideração, pois nem tudo é perfeito em família, mas o acaso e a grandeza de espírito ajudam a aparar arestas e fazer com que as coisas voltem ao seu eixo habitual.
O meu irmão Duda era a pessoa mais ligada a mim durante boa parte da minha infância. As lembranças que tenho daquela época, todas elas trazem a figura do Duda ao meu lado. De nós dois, ele era o mais esperto e mais safo. Quando havia alguma coisa quebrada, ele pegava para mexer e tentar consertar. Eu não tinha paciência com aquilo. Ele sempre foi uma pessoa de um coração enorme, um cara prestativo e muito bom filho. Sempre achei que, de nós três, ele seria o filho com mais vocação para seguir os passos do meu pai como comerciante. Não estava errado, pois ele é muito competente naquilo que faz e o meu próprio pai reconheceu isso uma vez para mim: "ele é muito bom vendedor". Palavra de alguém que entendia a fundo do assunto.
Saudades dos nossos aniversários quando nossa mãe mandava fazer um bolo enorme e reuníamos a vizinhança para comemorar a data festiva com os amigos. Saudades do companheiro de brincadeiras que aguentava o irmão mais velho chato implicar e impor a sua vontade. Saudades de assistir junto com nosso pai aos seriados "O Homem de Seis Milhões de Dólares", "Nakia", "Kojak" e outros mais. Orgulho de ser padrinho dos seus filhos, sobrinhos queridos por quem tenho muita consideração. E essa mesma consideração eu dedico à minha cunhada, Adriana. Pessoa a quem admiro pela maneira como se doa à família. Toda vez que olho para meus sobrinhos, me conforto em saber que eles têm um exemplo de mãe dedicada e amorosa com os filhos.

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

Sheila


Sheila é a de preto, em primeiro plano, com os braços abertos para cima. Eu já trabalhava no Seviço de Radiologia de Curicica quando a Sheila foi transferida para lá. Ela não se conformava com meu jeito fechado de ser e prometeu a si mesma que iria conseguir quebrar esse gelo (rs). Os técnicos do RX duvidavam que isso fosse acontecer e na visão deles, eu era uma pessoa impossível de se chegar perto. Eu dava risadas dos comentários que faziam a meu respeito e que ela me contava. Com certeza, não me conheciam. Ela é uma funcionária amiga que conquistou o meu respeito e consideração e por quem torço muito. Infelizmente, está em outro setor tentando provar seu valor, coisa que ela possui, eu sei. Nos momentos de dificuldade, ela foi a voz que me aconselhou e a pessoa que me apoiou. Quando soube que eu iria me casar, ficou extremamente feliz e desejou tudo de bom para mim e a Débora. Lamentavelmente, nos últimos dias, ela me contactou para pedir ajuda a um parente próximo que está enfermo. Não deve ter sido um Natal feliz, mas quero muito que Deus ilumine seu caminho e daqueles que estão a seu lado. Força amiga.

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

Marise


Quando entrei para a residência de radiologia no HUPE, Marise era estagiária de segundo ano no serviço. Uma colega com um coração enorme, uma doçura encantadora e uma pessoa por quem tenho um carinho muito grande. Fui muito bem acolhido por ela no período em que estivemos no HUPE. Sempre a admirei pelo seu entusiasmo e vontade de fazer as coisas acontecerem. Estendíamos o horário de trabalho até mais tarde: eu, Marise, Ana Célia, Iugiro e alguns outros. Nas noites de quarta-feira havia uma escala de terceiro turno em que privilegiávamos os exames de USG musculoesqueletica. Ninguém sabia nada, era a vontade de aprender e o livro do lado. Dali nasceu o incentivo para correlacionar a anatomia ultrassonográfica com peças anatômicas. Desse ponto nasceu meu projeto de tese de mestrado que permitiu minha volta ao Fundão e o início da carreira acadêmica. Atualmente, é o que faço de melhor dentro da radiologia e o que divulga meu nome na minha especialidade.
Amiga, sinto saudades dos nossos papos, dos projetos que fazíamos para aprender juntos, das conversas animadas com os outros residentes e estagiários. Acho que construí - e estou construindo - uma história profissional dentro do HUPE, mas devo demais ao incentivo e amizade que tive de pessoas como você. Muito obrigado.

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Meu amigo João Roberto




Já não o via há muito tempo e quanta saudade eu tenho das férias que passávamos juntos: eu, meus irmãos, João Roberto, Marquinhos (primo do João), Gian e Ricardo (e muitas vezes, o irmão destes, Raul). Isso era antes da minha ida para faculdade, porque depois que entrei para universidade, minha vida mudou completamente.
Os pais do João Roberto tinham uma casa de veraneio quase vizinha a nossa, num lugar perdido da Região dos Lagos chamado Ponte dos Leites, perto de Araruama. Numa de nossas temporadas de férias, estávamos desfrutando o recesso escolar junto com meus primos (com quem nunca mais falei) e minha tia-avó (que estava na festa de casamento). Lembro-me até hoje que o João dizia ficar nos observando lá do meio da lagoa, enquanto minha tia-avó e meu primo mais velho praticavam algo que se assemelhava ao "judô" na areia. Na verdade estavam criando uma nova "luta" (rs). Ele devia achar aquela "japonesada" um tanto louca.
Eram memoráveis as partidas de futebol à tarde em que todos participávamos ao lado do meu pai. Onde havia um espaço para jogar lá estávamos nós, jogando entre si ou desafiando os adversários locais. Chegamos, inclusive, a criar nosso próprio time uniformizado de futebol. Eu era o camisa cinco, jogava mais atrás e o João, o mais habilidoso do time, era o camisa dez. Ele empurrava o time pra frente com suas jogadas e também aparecia para arrematar. Meu pai chegou a comprar um terreno perto de casa para construir um campinho de futebol. Abandonado, hoje é um terreno murado e com mato pra tudo que é lado. Mas, aquele era nosso solo sagrado, o ponto de encontro para as peladas, o campo de treino do nosso time, o lugar onde vivi aqueles que seriam momentos inesquecíveis.
O centro da sala de estar da nossa casa era ocupado por uma mesa de sinuca enorme. Em geral os desafios eram no estilo "vamos ver quem é o pior", exceto quando meu pai estava jogando, ou melhor, meu pai e o pai do João. Este era craque mesmo. Eu ficava de queixo caído com as jogadas que os dois faziam quando disputavam um contra o outro. O jogo do meu pai crescia quando se confrontavam e dava gosto ver os dois na mesa.
Outra paixão que tínhamos eram as bicicletas. Rodávamos todos aqueles pontos e algumas vezes chegávamos a ir à Araruama. Era um comboio de garotos liderados pelo meu pai, que levava meu irmão mais novo na garupa.
Nos fins de semana, quando estavam as três famílias juntas, reuníamos para o churrasco de domingo, meu pai na churrasqueira, as mulheres na cozinha aprontando os acompanhamentos e a gente brincando até a hora derradeira (rs). A hora do almoço era festiva, pratos passando pra cá e pra lá, conversas cujos temas eram os mais variados possíveis e uma comida de dar água na boca só de lembrar. Meu Deus, quanta saudade eu sinto desta época...
Atualmente, a casa é frequentada pelos meus sobrinhos, mas sem o clima da época de nossa adolescência, pois perdemos o contato constante com os amigos. O local ficou muito esvaziado pela degradação da lagoa e o mundo violento de nossos dias não permite a liberdade que tínhamos naquela época.
No meu casamento, nesta foto que aparece aí do lado, o João me parabenizou e disse: não poderia deixar de estar presente, eu iria viajar, mas fiz questão de vir aqui.
Muito obrigado, amigo e estou muito agradecido também pela presença de sua mãe, Dona Agenora, mangueirense, que abrilhantou a pista de dança o tempo inteiro.

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

Domenico e Bernardo


Nesta foto estão dois amigos da UERJ: Domenico (na ponta) e Bernardo.
Eu comecei a minha residência no Pedro Ernesto (HUPE) em 1993, na verdade caí de pára-quedas lá, pois havia passado em vários concursos para radiologia e pneumologia (que era a minha primeira escolha) e após desistir de todos eles, fui reclassificado para UERJ. Cheguei ao HUPE sob olhares de desconfiança, pois os outros colegas achavam que eu iria fazer um "estágio" e no ano seguinte tentar prova para o Fundão de novo. Mas, uma das pessoas que sempre acreditou em mim foi o Domenico. Eu chegava às sete horas ao hospital e ia direto para o arquivo especial, estudar os casos mais interessantes. Ficávamos eu e o Henrique, um estagiário na época, com o livro do lado e as radiografias do arquivo em frente. O Domenico também costumava chegar cedo e após um tempo, me perguntou se eu não estava interessado em participar num trabalho. De pronto respondi afirmativamente e cheio de entusiasmo iniciei uma parceria que dura até hoje. O Domenico, que naquela época já era um pneumologista atuante, também era um estagiário de radiologia no seu último ano. Depois de algum tempo foi aprovado num concurso para docente da UERJ onde leciona atualmente. Da nossa parceria e, principalmente, do seu incentivo participei de muitos trabalhos, publiquei muitos artigos, capítulos de livros, um livro, teses etc. Ele sempre foi um dos meus maiores incentivadores e uma pessoa a quem devo muito coisa na minha vida profissional. Tenho um respeito muito grande por esse italiano que diz as coisas "na lata". Figura das mais respeitadas dentro da pneumologia e radiologia brasileiras, amigo, professor, pesquisador e apreciador das boas coisa da vida. É divertido ouvir os "causos" do Domenico.
O Bernardo é de uma outra época, ele foi meu residente e era uma das pessoas mais gentis e disponíveis que conheci. Um cara tranquilo, sempre se relacionou bem com os colegas e me ajudou em várias ocasiões; no ano passado, por exemplo, quando precisei que alguém me substituísse na aula da Sociedade, em virtude da grave doença de meu pai.

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

Marco, Kátia e Rowena (da direita para esquerda)














São três amigos das aulas de dança de salão que nos prestigiaram no casamento. Ficamos muito felizes com a presença deles. Já escrevi um pouco sobre nossa antiga turma de dança de salão em outra entrada. Infelizmente, a turma de salsa em que estávamos inscritos acabou e estamos indecisos quanto ao que fazer, mas logo aparecerá alguma coisa.
Acho que já se vão quase quatro anos que entrei no Jaime Arôxa. Comecei influenciado por uma menina, com quem saía, e que falava com entusiasmo sobre os ritmos de dança de salão (bolero, soltinho e samba). Na mesma época estava sendo transmitida a Olimpíada de Inverno de 2006 (Turim) e uma das minhas distrações era assistir às competições de patinação no gelo coreografadas com ritmos de dança. Eram muito interessantes, realmente. Bem, o relacionamento não foi adiante, mas o empurrãozinho havia sido dado. Eu, duro como uma pedra, fui até o Jaime Arôxa do Recreio e me inscrevi numa turma iniciante de dança de salão. A primeira aula foi entusiasmo puro, pois é muito gostoso sentir o vai-e-vém do corpo coordenado com o ritmo da música. Eu me lembro bem das primeiras músicas que aprendi a "dançar": Unforgettable e Jesus to a Child. Mas, os primeiros tempos das aulas de dança de salão não são fáceis. É preciso disciplina e paciência, principalmente para quem é cavalheiro. Vencida esta fase, fiquei curioso para aprender outros ritmos: forró e salsa. Pronto, me entusiasmei de vez. Confesso que dançar salsa é muito difícil, não que o ritmo seja extremamente técnico, mas é preciso ter o jeito do salseiro. Experimentem olhar esses vídeos do youtube em que aparece gente de várias partes do mundo dançando salsa. Os caribenhos têm um molho a mais, um molejo que os faz dançar diferente e graciosamente.
O primeiro baile a gente não esquece. Dançamos 2 passos que aprendemos na aula e achamos que somos os melhores...O primeiro baile grande das escolas do Jaime e que acontece na Casa de Espanha, a gente também não esquece. A coisa melhora quando entramos num nível intermediário e conseguimos rodar o salão, fazendo passos mais complicados.
Do Recreio me transferi para a matriz em Botafogo. Foi lá que comecei um outro estágio de desenvolvimento, naquele momento fazendo aulas com a Débora, incialmente, numa turma de forró. Já estava adiantado pelo tempo em que dançava no Recreio, mas topei dar um passo atrás para poder acompanhar a Débora. É totalmente diferente fazer aulas em casal, pois, naturalmente, a gente se desentende. Hoje eu compreendo porque muitos casais preferiam fazer aulas separados na mesma turma: dá briga (rs).
Numa turma dessas conhecemos os três amigos da foto. A Rowena fazia aulas sem o marido, Daniel, que não gostava tanto de dançar, mas a acompanhava aos eventos dançantes quando precisasse. A primeira vez que dancei com ela, senti aquela segurança nos passos de uma dama, a mesma sensação que tive quando dancei uma vez com a Katia, pois a dança flui naturalmente. Obviamente, nunca dancei com o Marcão, mas o admirava (e admiro) pelo seu estilo de dançar. Algumas vezes, ele me perguntava quando eu iria aprender tango, que parece ser seu ritmo predileto. E eu respondia: "ah, preciso evoluir, acho muito técnico, mas um dia chego lá".
Saudades dos amigos de turma em Botafogo, dos bolsistas camaradas do Jaime, dos bailinhos no Recreio...

(foto de Felipe Goifman e Glenda Rubinstein)

Roberto

Sucos

Esta é uma dica sobre algo que, de certa maneira, mudou meu dia-a-dia.
Um dos presentes de casamento que recebemos foi uma centrífuga ofertada pela nossa amiga Elaine. Eu já tinha visto o funcionamento de um aparelho desses na casa do meu pai, quando experimentei um suco feito pela minha cunhada. Achava ótimo a ideia de jogar tudo lá dentro e depois beber algo de muito saudável.
Após a leitura inicial do manual, lá fui eu experimentando uma combinação de frutas e hortaliças na centrífuga. Depois de algumas semanas de convivência com minha amiga, constatei:
- maçã é uma ótima fruta pois não é tão cara, tem um sabor gostoso e rende bem;
- pêra também dá bons sucos, apesar do preço ser superior ao das maçãs;
- melancia e melão também rendem bem, mas são mais caros. Aquela melancia sem caroço é uma verdadeira laranja. Vc espreme o "bagaço" e continua a sair suco;
- em geral, essas frutas que têm caroço grande - pêssego, por exemplo -, não são tão práticas;
- cenoura é ótimo para combinar. Vai com casca e tudo;
- beterraba tem um gosto forte, de acordo com o seu paladar é bom não exagerar. Recomendável descascar antes, o que acaba dando um trabalho a mais;
- pepino é ótimo, tem bastante água e é muito barato;
- testei uma fruta importada chamada nectarina e achei horrível o gosto;
- hortelã é ridiculamente barata e dá um gostinho especial ao suco.
Boas combinações para duas pessoas são: maçã (6) + cenoura (1) + hortelã (a gosto); melão (1) + pepino (1) e hortelã. Também gosto de fazer só de melancia, misturar maçã com pêssego, colocar uma beterraba nos sucos de maçã ou pêssego. Hortelã pode misturar com qualquer coisa que fica bom.
Vou dizer duas consequências dessa mudança de hábito alimentar:
1- o conteúdo do carrinho de compras no supermercado mudou, pois há muitas frutas e hortaliças a toda hora;
2- minhas dores de cabeça, simplesmente, sumiram! Pessoal, não acredito em dietas, milagres naturais, a força do poder espiritual dos alimentos etc, etc e etc...Não sei como explicar isso, não sou hipertenso, faço exercícios regularmente e adoro dançar. Mas, essas cefaleias chatas e ocasionais pararam depois que comecei a tomar esses sucos. Em verdade, não tomei suco para tratar coisa alguma, não tive intenção de obter nada, mas apenas quis experimentar uma alternativa saudável e gostosa, que tem um caráter lúdico por permitir combinar alimentos na centrífuga. Não sei explicar o efeito e nem estou, tampouco, recomendando sucos naturais para tratar doenças. É apenas um depoimento e constatação.
Ah, recomenda-se ingerir os sucos logo após a sua elaboração. Em geral, eu os tomo uma a duas vezes ao dia. O inconveniente é ter que lavar a sujeira da centrífuga e preparar os alimentos. Mas, eu gosto de toda logística envolvida na produção do suco: pensar nas melhores combinações, imaginar proporções que sejam mais adequadas, pesquisar nos mercados, experimentar, mudar tudo, experimentar de novo etc...

Roberto

domingo, 27 de dezembro de 2009

Gran Torino


Não pude ver este filme no cinema, acabei pegando na locadora ontem e ao ler as notícias de hoje no Globo, vejo que foi escolhido o filme do ano pelos críticos do jornal.
É um drama que costura várias histórias e reflexões acerca de um microcosmo americano, mas que serve de inspiração para pensarmos sobre o que acontece também ao nosso redor: a terceira idade, valores familiares, choque de culturas, criminalidade, doença, solidão, religião etc. Um filme riquíssimo dirigido por Clint Eastwood, um dos meus favoritos. Não acho que ele seja um ator tão versátil, mas ele faz bem, muito bem, os papéis que escolhe. Quando achamos que o personagem vai se vingar e fazer justiça com as próprias mãos, ele nos surpreende (não vou contar o final...) e resolve boa parte dos dilemas de sua vida num ato simples, mas trágico. Não, ele não é o Dirty Harry de outras épocas, com certeza que não é. É algo mais complexo, permeado de sentimentos sutis e contraditórios. Quando achamos que nos conhecemos, somos tomados pela surpresa de nossos atos; deixemos a porta aberta para mudar...

Roberto