quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Lua-de-mel

Estamos no quarto dia de viagem e, finalmente, consegui ligar o notebook a uma tomada de energia. Bem, vou tentar atualizar os fatos da viagem até o momento.
Após o casamento, o tempo voou e tivemos que preparar rapidamente nossas coisas para viagem. Partimos no dia 3 de novembro e a ida até que não foi tão cansativa apesar da espera na conexão em São Paulo. Viajamos pela TAM, o avião não estava muito cheio, e achei o serviço de bordo ok, se comparado ao da Air France e TAP, que são superiores. A chegada foi em Milão, segunda cidade mais importante da Itália, e centro financeiro e da moda. Achei Milão uma cidade muito prática, pois do aeroporto encontramos um ônibus que nos deixou na porta da estação central de Milão (que é bem distante dali) e desse ponto fomos a pé para o hotel. Portanto, pouquíssimo gasto com transporte (acho quem uns 7,50 euros do ônibus), rapidez e praticidade. Aconselho a todos que vão a Milão ficar num hotel perto da estação ferroviária central.
Comparada ao Rio e São Paulo, Milão é uma cidade bem mais tranquila. O povo é educado e prestativo e não se enxergam sinais evidentes de pobreza pelas ruas.
Após deixarmos as malas no hotel fomos diretamente para o centro histórico da cidade. Mais uma vez da estação central, tomamos um metrô (metropolitana em italiano) até à estação Duomo. Obviamente, ao redor desta estação, uma das principais atrações é a basílica (Duomo) de Milão, cujo início das obras data do século XIV. Como já estava no final da tarde só deu tempo apenas para conhecer rapidamente o interior da igreja que se caracteriza por enormes colunas e vitrais cheios de detalhes nas paredes. Descobri posteriormente que, em destaque, existe uma escultura de São Bartolomeu, que preciso observar com mais atenção na volta. Tentamos subir o Duomo pelo lado de fora, mas a entrada já estava fechada.
Em frente ao Duomo existe uma enorme praça e uma das saídas desta praça encaminha o turista diretamente para a outra atração principal que existe ali: a galeria Vittorio Emanuele. É um corredor de lojas coberto por uma cúpula de vidro que impressiona pela beleza e harmonia arquitetônica. Outra coisa que também impressiona são os preços das coisas nas lojas, pois só existem marcas de grifes. Bom para se ver o que anda na moda (cores, modelos e tendências) e procurar algo mais barato em outro ponto ou nos camelôs. Como estávamos com fome, entramos num restaurante na própria galeria, cujos preços não eram tão salgados quanto os praticados nas lojas. Resolvi experimentar uma típica pizza italiana e já comecei botando pra quebrar. Pedi uma de salame conhecida como diavola (rs). Por incrível que pareça a pizza veio sequinha, sem aqueles excessos de óleo e gordura que encontramos em diversas pizzas no Brasil (inclusive em lugares de bom nível). A massa era fina (mas não troppo) e crocante, principalmente nas bordas. Era crocante como um pãozinho feito na hora. Uma delícia. O tempero tinha algo de diferente, mas eu acho que era por conta da mussarela. Você coloca na boca, mastiga, sente o gosto e, no finalzinho, sente um outro gostinho de quero mais indescritível. A Débora pediu uma siciliana e também gostou bastante. As pizzas preenchiam um prato bem grande e comemos tudinho, pois estávamos famintos.
Como havíamos chegado no meio da tarde só deu pra conhecer o Duomo e a galeria. No restante do tempo ficamos passeando a pé pelas redondezas. Descobrimos a loja da Ferrari, com diversas quinquilharias ligadas à marca. Em exposição pude apreciar o bólido que fora pilotado, em algum ano anterior, pelo Kimi Raikonen. Na parede dei de cara com dois autógrafos e adivinhem qual era um deles? Sim, senhores. Rubinho Barrichelo, nosso eterno quase tudo.
Como havia dito, olha-se os preços das coisas que admiramos nas lojas de grifes e compra-se (quando se pode comprar) em outros pontos com preços mais em conta. Quando se trata de mulher então, nem se fala. Não preciso dizer que esperei a Débora experimentar e comprar diversas coisas num magazine por cerca de uma hora. Durante esse tempo fiquei observando o modo de se vestir das italianas. Impressionante a quantidade de roupas escuras, com predominância do preto. Em geral o europeu é mais tolerante com as cores aberrantes e vivas, mas acho que a moda do momento era outra. Encontrei muitas coisas em tons de lilás e outras com um certo xadrez Burberry. A Débora ficou impressionada com a beleza da mulher milanesa: todas bem vestidas e maquiadas. Mas, devo lembrar que Milão é a capital mundial da moda e não deve ser incomum encontrar modelos que trabalham na cidade.
No dia seguinte acordamos tarde, tomamos café e fomos diretamente para a estação central, a fim de tomar o trem alta velocità para Nápoles. O trem pode ser de alta velocidade, mas a espera, consequente ao atraso da partida, era típicamente brasileira, pois ficamos em pé durante mais de uma hora aguardando a chegada do trem. A viagem era confortável e só achamos inconveniente carregar as malas e acomodá-las. O serviço de bordo era praticamente inexistente, pois na única vez que alguém passou vendendo alguma coisa, carregava garrafas de água e coca, além de sanduíches caseiros, tudo acomodado dentro de um balde??! Olha, a Itália é um país europeu de altíssimo nível (pelo menos do meio para cima), mas a gente se depara frequentemente com alguns contrastes.
Após cerca de quatro horas, desembarcamos na estação central de Nápoles. Carregar malas por uma estação em obras não é mole, principalmente quando se tem que descer escadas. De Nápoles tomamos um transporte semelhante a um metrô mal cuidado – mas, bem eficiente –, que nos deixou na estação de Sorrento. Não preciso nem dizer que já estava muito cansado da viagem de quatro horas até Nápoles e de mais uma hora e pouco até Sorrento. Eu me arrependi deste itinerário e achei que deveria ter feito o vôo diretamente para Nápoles na ida. Mas, isto era passado. Após desembarcar em Sorrento e mais uma vez sofrer com o sobe e desce de malas num lugar que não sabe o que é elevador ou escada rolante, fomos brindados com uma jóia encravada no fim do mundo: Sorrento.

Notas: na verdade, existe serviço de bordo decente no alta velocità (trem rápido italiano). Não o vimos porque o trem é muito longo e devia estar distante do local em que nos sentamos.
A estação final de Sorrento da linha circunvesiana possuía elevadores e planos inclinados que facilitam a vida de quem tem malas. Na pressa, nós não vimos.

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