quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Lua-de-mel (3)-Capri


Nosso terceiro dia em Sorrento foi dedicado à visita a Capri. Do hotel fizemos a pé um trajeto pela rua paralela à principal e terminamos numa descida íngreme feita por meio de escadas até a área do porto. Após algum tempo de espera, atravessamos o mar entre Sorrento e Capri a bordo de um barco enorme de transporte. Ao chegarmos, a notícia ruim: não seria possível visitar a gruta azul porque a maré estava cheia. Só nos restava tomar o funicular (uma espécie de elevador sobre trilhos, semelhante aos de Lisboa) e visitar o centro da cidade. Estranhamente, a maioria das lojas estava fechada, mesmo sendo um sábado e a cidade cheia de turistas. Algumas partes da cidade estavam desertas, coisa inimaginável numa região como essa. O dia era ensolarado e a temperatura amena, se bem que foi esfriando conforme o tempo passava. Aproveitei para tirar fotos e recordei lugares que já havia visitado anteriormente. Eu me emocionei um pouco quando me lembrei da vista da costa a partir da praça Umberto I. Vieram as lembranças da viagem em companhia de minha mãe e o grupo de turistas gaúchas que nos acompanhava. Saudades...Ainda sobre esta viagem anterior à Itália, três coisas diferentes em relação àquela época: eu havia subido em direção ao centro por meio de um ônibus pequeno e velho, atravessando um caminho estreito de mão dupla, onde muitas vezes só passava um veículo. Não me lembro do funicular, não sei se não havia. Preciso pesquisar. Hoje em dia, os ônibus são muito mais modernos e seguros do que naquele tempo. Outra coisa é que as motonetas – tipo vespa – são maiores e mais potentes, no entanto tão numerosas e barulhentas quanto. A terceira coisa que me impressionou foi os italianos falando inglês. A maioria consegue se expressar bem na língua de Shakespeare, o que era incomum há 10 anos, principalmente nas cidades mais afastadas. Efeitos da globalização? Não sei, a Europa é globalizada desde sempre.
Bem, ficamos pela cidade e o tempo foi passando. Tive vontade de conhecer o local em que residia o imperador Tibério, mas a caminhada até lá inviabilizaria nosso horário de retorno. Diz a lenda que Tibério passou seus últimos anos de vida, recluso em Capri e tinha o hábito mórbido de empurrar seus inimigos e desafetos encosta abaixo em direção ao mar. Não admira tanta crueldade num governo durante o qual Jesus foi crucificado.
A pracinha do porto de Sorrento é cheia de gatos, provavelmente alimentam os bichanos e ninguém se preocupou em esterilizá-los. Abaixo do ônibus que estava parado na praça havia um filhote de gato que estava abrigado da insegurança do mundo ao seu redor. Depois de um tempo, um cachorro passou a caçar o gatinho, não sei se por brincadeira ou instinto assassino. O pequeno se defendia como podia, até que chegou mais um cão e a briga, que já era desigual, ficou ainda mais covarde. Um senhor a bordo de uma vespa tentou assustar os cães. Saí daquele local para tirar fotos perto dali e passado algum tempo, a Débora me procurou chorando e dizendo que o gatinho havia sido atropelado pelo motorista de ônibus. Ele dera a partida no veículo, mesmo sabendo que o animal estava embaixo do ônibus. O senhor da motoneta reclamou muito...Triste mesmo...Saudades do Brasil e das gatinhas da minha casa, minhas filhotas: Zaica e Lobinha.

Roberto

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