quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Lua-de-mel (4)-Roma


No nosso quinto dia na Itália, saímos de Sorrento em direção à Roma. Mais uma vez pegamos a linha circunvesiana de volta à Napoli e dali embarcamos, quase que imediatamente, no alta velocità para Roma. Desta vez não houve atrasos e chegamos em cima da hora para o embarque. Todos já estavam no trem quando entramos, mas não houve maiores transtornos e o trajeto foi feito em cerca de uma hora e pouco.
A estação ferroviária Roma Termini se parece mais com um aeoroporto, enorme e cheia de lojas. O hotel em que ficaríamos hospedados se situa próximo à estação, talvez uns 10 minutos a pé. Digno de nota são as malas que utilizamos na viagem. Compramos em viagens anteriores malas grandes com 4 rodas e elas são fundamentais numa viagem desse tipo. O ponto-chave do planejamento da viagem era que os hotéis ficassem perto das estações de trem, mas para isso precisaríamos trafegar com a bagabem por uma distância curta, o que evitaria ao máximo pegar táxis, que são muito caros. Portanto, essas malas valeram cade euro do investimento que fizemos e custariam uma fortuna no Brasil.
Ficamos num hotel simples, quase familiar. Os donos, muito simpáticos, nos receberam com muitos sorrisos e palavras italianas, algumas pude entender. Aliás, a imersão no estudo do italiano que fiz durante o ano e meio que antecedeu a viagem, valeu a pena. Não sei palavras específicas, mas os curtos diálogos do dia-a-dia consigo fazer, sem muitos problemas. Devo isso a duas fontes que recomendo: os CDs do Michel Thomas que podem ser adquiridos na Amazon (mas é preciso já dominar o inglês) e um site na internet com diversos cursos de idioma on-line (depois coloco o endereço). Os CDs do Michel Thomas já havia utilizado com muito sucesso para o estudo do francês e também foram fundamentais na viagem anterior.
De volta a Roma, deixamos as coisas no hotel e depois de algumas dicas da filha, ou nora, dos donos fomos a pé em direção ao Coliseu. Como já estavámos no meio da tarde, decidimos olhar o exterior do monumento mais tradicional de Roma, tirar fotos e ir à igreja de São Pedro, na praçade San Pietro in Vincoli, perto dali, onde está a tumba do papa Julio II, construída por Michelangelo. Nesta igreja, além das correntes que aprisionaram o apóstolo Pedro, o destaque é a estátua de Moisés na tumba do papa. A Débora me perguntou: o que são aquelas estruturas parecidas com chifres na cabeça do Moisés? Respondi que elas foram projetadas para refletir a luz do sol da posição em que estaria – e que não é a posição em que está hoje – e criariam um efeito visual que valorizaria a obra de arte. Teoricamente nem seriam vistas pelo público. Em virtude das mudanças de posição da escultura, o próprio Michelangelo reconstruiu a estátua para se adequar ao novo local de abrigo. O projeto original da tumba de Julio II era muito mais audacioso e grandioso, foi um projeto que tomou muito tempo de Michelangelo e o artista tinha uma expectativa enorme em relação a ele. O próprio teto da capela Sistina, sua obra mais famosa, foi inspirado de alguma maneira na tumba de Júlio II. Mas, em relação ao projeto original, pouca coisa foi realizada, nem a localização imaginada – a Basílica de São Pedro – foi mantida. Mas, em se tratando de um gênio, este “pouca coisa” representa uma das esculturas mais perfeitas criadas pelo homem.
Dali voltamos ao hotel. O tempo na Itália é louco e alternam-se períodos de sol e chuva. Foi desta maneira, abrindo e fechando o guarda-chuva que fizemos o trajeto de volta para nossa casa provisória em Roma.

Roberto

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