quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Lua-de-mel (5)- Fórum Romano


No sexto dia de viagem, voltamos ao centro histórico de Roma para conhecer o Fórum Romano. Antigo centro religioso, político e social de Roma, o que existe hoje são ruínas, principalmente de templos, basílicas e arcos triunfais. Na entrada ativamos um passe – Roma pass – comprado num escritório de turismo em frente ao Fórum. Ele dá direito à entrada gratuita em dois pontos turísticos conveniados e a utilização do transporte público por 3 dias seguidos.
As ruínas do Fórum Romano constituem-se num verdadeiro labirinto de pedras por todos os lados, caso não se tenha a orientação de um guia. Na entrada alugam-se audioguias (que por si só já são um pouco confusos) que associados a um mapa do Fórum ajudam o turista a se orientar pelo “caminho das pedras”. Também ajuda bastante ter um daqueles guias de viagem na mão. Aliás, no que se refere aos guias de viagem, aquele ilustrado da Folha sobre a Itália é legal para se visualizar as atrações e serve como ponto de referência quando se está perdido em algum lugar. Mas, como é um guia genérico do país, não traz informações específicas das cidades sobre transportes, alimentação e outras coisas mais. Ele é difícil de transportar pela cidade, pois é muito pesado. Do sul da Itália, este guia é muito ruim, pois sobre Capri havia somente uns poucos parágrafos. Vale a pena comprar um guia específico sobre o sul da Itália se for passar mais tempo lá. Gosto muito dos guias Frommers e sempre compro um quando faço uma viagem ao exterior. O de Roma – em Português, raridade – é bem completo e indica, como sempre, os passeios que se pode fazer. Há dicas para tudo e o único senão é a falta de ilustrações e fotos abundantes. Mas, é um excelente guia e faz muito sucesso lá fora. Havia comprado um outro guia interessante chamado “Rome Steps by Steps” na Livraria da Travessa. Ele é bem didático, ilustrado e traz dicas de tudo também. Vale a pena, mas não é em Português. Não recomendo os guias da série Blue Guides. São bons para se ler antes e depois das viagens, mas não durante! Eles se prendem ao aspecto histórico das atrações, mas são pouco práticos para o que interessa ao turista. Em geral, são guias específicos das cidades, mas comprei um genérico da Itália, que para ser abrangente sacrifica até a possível virtude deste guia: o conteúdo. Em resumo, não é bom em nada.
De volta ao Fórum Romano, o local é cortado pela via Sacra, uma “rua” que passa pelas principais edificações e orienta o turista na direção a ser seguida. Muitas atrações do Fórum são do tipo “ali estão as colunas do templo de Fulano”, “lá se encontra a base dos pilares da basílica de Cicrano”, isto é deve-se utilizar a imaginação para se ter uma ideia do que existia ali. Outras construções como os arcos de Tito e de Septímio Severo e a Cúria estão “bem” conservados e pode-se apreciar a arquitetura secular do local. Virtualmente fiquei impressionado com as ruínas da basílica de Massêncio-Constantino. Existe apenas a parte direita da edificação e parte da abóbada. É enorme e no interior existia uma estátua colossal de Constantino, cujo dedo era do tamanho do punho de um homem. Fragmentos dessa estátua estão expostos num museu de Roma.
Depois dessa imersão no mundo antigo romano, continua-se o passeio pelos jardins farnesianos até o Monte Palatino, onde diz a lenda que a loba encontrou os irmãos Rômulo e Remo, fundadores de Roma. O Monte Palatino também abrigava as residências da classe dominante romana e dos imperadores, começando por Otávio Augusto.
Quem viu a série “Roma” da HBO se deleita em relembrar os personagens históricos e as tramas fictícias e verídicas que a atração televisiva apresentava. É legal entrar na casa de Otávio Augusto e discutir com a pessoa do lado – no caso minha esposa, Débora – “lembra da mulher de Otávio que fazia isso e aquilo...” A série era muito boa e as duas temporadas abrangiam o período da ascensão de César e o meio do governo de Otávio Agusto.
Pegamos chuva durante a visita do Monte Palatino. Encerramos a caminhada no Museu Palatino onde estão expostas peças e outras ruínas escavadas do local. Dali voltamos tudo que havíamos percorrido para devolver o audioguia e só tivemos tempo de visitar rapidamente a praça do Capitólio, replanejada por Michelangelo no século XVI, a propósito da visita de Carlos Magno a Roma. O lugar é lindo e tem-se uma vista espetacular do centro de Roma. A estátua equestre de Marco Antonio no centro da praça é colossal, mas trata-se de uma réplica, pois a original está protegida num museu.
Quando fomos “almoçar” já era quase cinco da tarde e estava escuro. O tempo passou muito rápido e a visita ao Fórum e Monte Palatino tomaram quase que um dia inteiro. Cansei de ver tanta ruína e de ouvir tantos nomes de imperadores e templos. E olha que gosto do assunto, hein?
Nota: assim como ocorreu em Pompeia, achamos aqueles livros do tipo “era assim e é assim”. Fartas ilustrações das ruínas e monumentos importantes de Roma com “capas” que se sobrepõem à foto atual e mostram como eram os locais na época em que foram construídos ou reformados. Vale a pena adquirir um.


Roberto

Nenhum comentário:

Postar um comentário