domingo, 3 de outubro de 2010

Poder, Ambição e Glória



Livro do empresário Steve Forbes e do cientista John Prevas publicado no Brasil pela editora Rocco.

O livro é dividido em várias partes e em cada uma delas, os autores traçam um panorama histórico de uma dada região (Grécia, por exemplo) e a atuação de um grande personagem daquele momento. Ao final de cada capítulo são comparadas as decisões que estes personagens históricos tomaram em suas épocas com fatos verídicos que mudaram o destino de grandes empresas, para melhor ou pior. São analisados os históricos de Ciro da Pérsia, Alexandre da Macedônia, Xenofonte, Aníbal, Júlio César e Augusto.
Com Ciro da Pérsia, podemos aprender que é importante exercitar a tolerância e a inclusão - no caso dele, o respeito aos costumes e religiões dos povos conquistados.
A Grécia foi a civilização que rivalizou de forma marcante com os persas. Os primórdios da civilização grega foram caracterizados pela disputa entre diversas cidades-estado, duas das quais mais poderosas: Atenas e Esparta. Em alguns momentos da história destas cidades, o motivo de união era um inimigo comum: a Pérsia. Apesar deste império ter invadido a Grécia com um exército poderoso, os gregos conseguiram rechaçar os persas e, historicamente, conseguiram sua revanche tempos depois com Alexandre da Macedônia.
Talvez a parte mais brilhante do livro seja a análise de Alexandre. A Macedônia era um reino ao norte da Grécia que conseguiu a unificação das cidades-estado por meio de Felipe, pai de Alexandre. O objetivo de Alexandre, após a ascenção ao trono macedônio era a conquista do oriente, no caso a Pérsia, o acesso às riquezas deste país e o estabelecimento de um império sem fronteiras.
Alexandre era um grande estrategista militar, mas quanto mais seguia conquistando as terras do oriente, mais sua ideia de grandeza ganhava corpo e o impedia de ver que o mais importante era estabelecer um império e consolidá-lo, não aumentá-lo indefinidamente. A reboque de sua escalada louca e ambiciosa, Alexandre incorporava os povos que conquistava, inclusive culturamente, e minava a resistência física e psicológica do seu exército. Apesar de ser um exemplo admirado no ocidente, Alexandre é o testemunho histórico de alguém que possuía uma capacidade de liderar pela arrogância e confiava muito em aspectos instintivos para tomar suas decisões (consulta a oráculos e matanças generalizadas por caprichos pessoais).
Cartago no esplendor de sua existência era um Estado do norte da África que rivalizava com a ascendente Roma. O comandante cartaginês Aníbal ficou famoso pela travessia que empreendeu pelos Andes no inverno, comandando um exército enorme que era composto também por elefantes. Um das virtudes de Aníbal era a capacidade de surpreender o inimigo fazendo coisas inesperadas. Outra virtude era ser atento a detalhes.
Dois governantes destacados pelos autores no capítulo sobre Roma são Júlio César e Augusto. O primeiro caracterizou-se por ser um grande estrategista militar e uma notável águia política. No entanto, assim como Alexandre, Júlio César tinha um ego inflado e despertou a ira de diversos inimigos, muitas vezes por atitudes impensadas e gananciosas. Augusto, sobrinho de César, era o oposto, pois se caracterizou por ser um grande administrador após pacificar o império dividido.
O livro é interessante pelos resumos que faz sobre a vida de personagens marcantes da história do mundo. Em poucas páginas (se considerarmos os livros de história tradicionais) os autores conseguem sintetizar os fatos importantes na história de grandes impérios e civilizações. As comparações com exemplos atuais de grandes corporações não são perfeitas, pra dizer a verdade não são muito boas, mas acho válidas como tentativa de discutir aspectos de liderança de uma forma inovadora.

Roberto

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