sábado, 25 de setembro de 2010

The Mind´s Eye




Publicado em 6 de dezembro de 2008.

Livro de Henri Cartier-Bresson, um dos nomes mais importantes da fotografia, sobre o ato de fotografar, algumas viagens e seu relacionamento com outros artistas contemporâneos.
Na sua visão, a câmera é um caderno de desenhos. Fotografar exige sensibilidade, disciplina da mente e senso de geometria. Eu acrescentaria que um pouco de sorte também.

Comenta brevemente sobre a fundação da agência Magnum de fotografias em 1947. Instituição que congrega diversos fotógrafos que produzem trabalhos a serem vendidos para mídia de todo mundo.

No momento decisivo - em que vc observa o desenrolar de uma situação, a movimentação dos elementos que comporão a foto – captura-se uma cena em que há harmonia geométrica entre seus componentes. Existe um equilíbrio entre todos os componentes desta cena.

Cartier-Bresson faz uma crítica aos cortes, reparos que são feitos a uma foto. Conseqüência da incapacidade de produzir uma fotografia original balanceada entre seus elementos. Na época em que o livro foi escrito, o autor ainda se mostra em dúvida quanto a validade das fotos coloridas. Eu, na minha humilde visão, acho que a cor desvia a atenção do olhar para longe dos elementos importantes da foto. Gosto de fotos bem feitas, esta semana mesmo vi uma foto colorida maravilhosa de natureza http://www.digiforum.com.br/viewtopic.php?t=46858. Mas, a dramaticidade do momento, a geometria dos componentes de uma foto são ampliadas no P&B.

Outra crítica que Cartier-Bresson faz é ao ato de clicar aleatória e ininterruptamente (o que representa tirar fotos sem pensar antecipadamente, sem planejamento) e à valorização dos aspectos técnicos acima da capacidade de olhar e compor a cena. Penso que a composição envolva sensibilidade, interação com o que está sendo fotografado. Por isso é tão difícil obter uma boa composição. Mas, como tudo na vida, o domínio da técnica é imprescindível para que possamos dar liberdade à criação. Esta última frase está cheia de clichês, mas é verdadeira.

Não é um livro sobre técnica fotográfica, não se ensinam macetes sobre o ato de fotografar. Mas, Cartier-Bresson, por meio dos seus pensamentos acerca da matéria, nos faz pensar, levantar questionamentos sobre o que queremos fotografar.

Roberto

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