sábado, 7 de agosto de 2010

Simplicidade

O tempo me ensinou uma coisa básica que norteia minhas atitudes: ser simples e procurar resolver os problemas da maneira mais simples possível. Depois de ler a biografia de diversos gênios ou pessoas de destaque, encontro um traço comum a muitos deles, eles preferem a simplicidade, o caminho mais curto entre dois pontos. Obviamente, nem toda solução mais simples e fácil pode ser a melhor. Mas, se existe a opção do caminho tortuoso e inútil, cheio de curvas desnecessárias e outro em linha reta, por via pavimentada e mais curta, qual você escolheria? Pois é, mas o ser humano é um bicho engraçado, nem sempre suas escolhas são feitas dessa maneira.
Ontem durante a aula de salsa, o professor, que esteve recentemente em Cuba, comentou sobre o que estou escrevendo: "quando lá cheguei queria dançar salsa rápidas e fazer passos complicados, mas o cubano não dança salsa dessa maneira, ele prefere músicas mais lentas e passos mais simples. É isso que dá prazer à dança e estimula a mulher a ser conduzida pelo cavalheiro". Concordo! Em algumas aulas, alguns professores de dança querem ensinar aquele passo complicado que será esquecido dez minutos depois ou que ninguém gosta, mas é sofisticado. Quando a turma atinge um nível intermediário, começa uma profusão de coreografias sem sentido e que só servem para causar efeito. É como o Domingão do Faustão, alguém acha que aquele pessoal se diverte fazendo aquilo? Alguém acha que nos bailes as pessoas dançam daquele jeito?
Outra novidade tecnológica que entrou em moda são os livros eletrônicos. Depois do Ipad, a mídia quer promover alguma coisa para vender e o livro eletrônico virou o "gadget" do momento. Na foto da reportagem do "Globo" aparece uma mulher "lendo" o jornal no "e-book". De vez em quando, quando estou fora de casa, eu acesso o Globo pela internet e fico lendo, rapidamente, algumas notícias que me interessam mais. É horrível aquilo! Eles tentam simular as páginas de um jornal de papel, mas é tudo muito artificial e pouco prático. Há cinco anos, inventei de comprar um guia de viagens (livro) em PDF de Montreal. Baixei o programa da Amazon e carreguei no Pocket PC (era uma espécie de Palm melhorado). O Pocket PC era meu companheiro inseparável, quase um celular (hoje os celulares têm essas funções nos smartphones), pois tinha minha agenda de contatos, anotações sobre protocolos de exames, programa de orçamento financeiro, emails etc. Achei que colocar um guia de viagem eletrônico seria muito útil, pois não precisaria carregar um livro na bolsa para ficar consultando durante a estada em Montreal. Ledo engano...Ele ficava minutos carregando um mapa do metrô; eu queria uma informação boba sobre o nome de uma rua e tinha que ficar voltando aquelas páginas até algum índice ou sumário. Em resumo, uma droga.
A medicina de hoje virou um shopping center de cursos sobre as mais variadas coisas. É email, folder, cartazes sobre os mais diversos cursos, jornadas e congressos. São convidadas as celebridades do momento ou médicos estrangeiros para falar sobre algum assunto "ultramoderno". Preços dos cursos? Os mais exorbitantes possíveis. Sempre digo: por esses preços, eu entro no site da Amazon, escolho um livro da minha especialidade que estou precisando e compro. Ou então, entro nos sites dos periódicos da minha especialidade e baixo os artigos com assuntos que me interessam. Muito mais simples e barato. Só é preciso sentar a b* na cadeira e começar a estudar.
Assim, antes de tomar decisões sobre alguma coisa, eu defino prioridades. Depois disso, passo aos acréscimos que podem me ajudar, apesar de não serem prioritários. No fim, elimino o que é supérfluo. E outra coisa: mais simplicidade em tudo que se faz, não inventemos "modas", curtamos a vida de forma natural...

Roberto

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