quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Dias em Florença


18/11/2009
Estamos no trem que vai de Florença à Veneza. Foram cinco dias tranquilos na cidade que é o berço do renascimento, sem os contratempos que tivemos no deslocamento entre Roma e Florença.
A comparação com o período de 10 anos atrás quando estive na Itália me passou a impressão que Roma está mais apresentável. É uma cidade organizada, limpa e fácil de se locomover. Por outro lado, tive uma impressão oposta de Florença. Mesmo com o mapa na mão é difícil se encontrar nas diversas ruas que levam às atrações. O Duomo, a igreja mais importante de Florença, era o ponto de referência a partir do qual nos guiamos em relação aos outros pontos turísticos. A cidade não é grande, no entanto as ruas são estreitas, as calçadas mal conservadas em alguns trechos, há muitas pessoas nos bairros mais turísticos e tem-se a impressão que estamos sempre perdidos. O domingo à noite foi o dia mais cheio que vi nesse período. Em algumas ruas era difícil até andar pelas calçadas. O interior da Rinascente, uma loja de departamentos italiana, estava apinhado de gente por todo lado. Uma loucura.
Das coisas que gostei de Florença, destaco a Galeria Uffizzi e a Galeria della Academia. O primeiro museu abriga uma coleção impressionante de quadros renascentistas. Parece que eles espremeram tudo que havia de bom desse período e colocaram dentro deste museu. Na Galeria della Academia destaca-se o Davi de Michelangelo, acompanhado das esculturas projetadas para a tumba do papa Júlio II. O Davi dentro do museu ganha uma projeção maior do que sua réplica que se encontra na praça della Signoria. As mãos e os pés são desproporcionais e os olhos estrábicos. A musculatura toda delineada como em outras esculturas do artista.
Florença possui uma variedade impressionante de museus. Tive a oportunidade de ir ao monastério de São Marcos onde se encontram os afrescos de Fra Angélico, ao Palácio Vechhio (sede da prefeitua de Florença e onde se encontram afrescos maravilhosos), Palácio Pitti (o Versailles italiano) e outros mais. Em Roma, grande parte das atrações está na rua mesmo (as ruínas, as estátuas de mármore e bronze etc), mas em Florença deve-se ingressar nas igrejas (há diversas) e museus para se conhecer a riqueza cultural da cidade. A ponte Vechhio, cartão-postal da cidade, que liga uma parte de Florença a outra é de relevância e beleza muito menor se comparada aos monumentos históricos romanos.
Em Florença observei mais mercados de rua (os camelôs). Num dos mercados próximo à igreja de São Lourenço notamos muitos mineiros trabalhando. Essas barracas de camelôs têm uma infinidade de produtos de couro e os preços são em conta levando-se em consideração os preços praticados no Brasil. Encontram-se coisas de muito bom gosto e qualidade principalmente nas lojas. Numa delas vimos umas bolsas femininas com detalhes trabalhados à mão muito bonitos.
Bem, não poderia deixar de citar os sorvetes em Florença. O melhor sorvete que comi até agora encontra-se numa gelateria chamada Vivoli. Consegue ser melhor que os melhores sorvetes italianos. Quem for à Florença não pode deixar de conhecer a Vivoli (Via dell'Isola delle Stinche 7). Igualmente imperdíveis são os picolés de chocolate mergulhados em calda quente de uma sorveteria localizada no caminho entre a Ponte Vechhio e a Praça da República (onde há um arco). Infelizmente não me recordo do nome, mas vale a pena. Outra dica para uma lanche rápido é uma pasticeria chamada Cucciolo onde comemos umas focaccias saborosas. Na Itália eles têm o costume de deixar sanduíches e pizzas já preparados no balcão e esquentar quando o cliente pedir. A Cucciolo tem um visual bem bonito, não fica cheia e os lanches são muito bons. Fica na via del Corso, próximo ao acesso da Casa de Dante.
A época do ano está ajudando pois não pegamos fila para nada. Na Uffizzi, por exemplo, entramos direto no museu. Felizmente os dias foram nublados, mas sem chuvas. Algumas vezes fazia até um calorzinho discreto, mas bem de leve.
Passado o susto daquele furto no trem, estamos mais tranquilos agora. Mas, a paranóia de carregar o dinheiro continua, pois ficamos com a impressão de que alguém vai nos assaltar aqui. No embarque deste trem, por exemplo, uma menina entrou no vagão para pedir dinheiro aos passageiros. Ninguém a impediu porque não há controle algum do que acontece no embarque e desembarque. Por falar nisso, fomos a uma delegacia em Florença para fazer a ocorrência. O oficial não falava inglês e tive que gastar meu italiano que aprendi durante o planejamento da viagem. O policial foi bem simpático e atencioso e tive uma boa impressão dos Carabinieri.

Roberto

2 comentários:

  1. Débora,
    Florença é linda né? Queria morar ai!!!
    rsrsrs
    Vc está bem?
    Muita saudade!

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  2. Meu deus!!! o hotel que fiquei está nessa praça!! Que delicia! Que saudade!

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