quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Veneza - Cidade dos Canais


22/11/2009
Concluímos nossa visita à Veneza. Foram 4 dias tranquilos de passeio pelas ruas desta cidade secular. O que me seduz historicamente em Veneza é o seu passado que mescla influências bizantinas e ocidentais. Ainda me fascino com a praça de São Marcos e o esplendor da basílica homônima. Ela é diferente das demais igrejas italianas e européias porque foi inspirada na arquitetura de uma catedral bizantina. O terraço da basílica com os 4 cavalos de bronze trazidos de Constantinopla são uma lembrança do passado de esplendor de Bizâncio (na verdade os cavalos no terraço, ao ar livre, são réplicas dos orginais que estão dentro da basílica).
O Palácio dos Doges, ao lado da basílica, é suntuoso. Tudo é monumental, as salas, pinturas e afrescos. A visita é um verdadeiro passeio pela história da ilha e de seus artistas mais famosos. O me causou tristeza foi constatar o que fizeram com a Ponte do Suspiro. Já havia lido sobre isso e pude ver que colocaram uns painéis de propaganda circundando os limites da ponte e tornando-a ridiculamente feia se comparada à visão que tive há 10 anos. Assim como aconteceu na Praça da Espanha, algum “gênio” resolveu fazer um “upgrade” num monumento histórico italiano.
Visitamos 2 museus – além do museu da basílica e o Palácio dos Doges: a galeria della Accademia e o Peggy Guggenheim. O primeiro caracteriza por ser o abrigo dos pintores renascentistas venezianos. Muito instrutivo, no entanto achei o museu um pouco bagunçado e várias salas estavam fechadas. O segundo caracteriza-se pela arte moderna, fruto da coleção de uma milionária americana que vivia em Veneza. A coleção deste museu é um contraponto a tudo que vimos na Itália até aquele momento e quebrava a sequência de Madonnas, Crucificações, Anunciações e outras coisas mais. Achei o Guggenheim difícil de visitar pois os corredores são estreitos e a falação das pessoas atrapalha a observação e compreensão das obras.
Uma ideia que tive durante a estadia em Veneza foi acordar bem cedinho para tirar fotos da cidade. Isto me proporcionou 2 passeios inesquecíveis pela ilha onde conheci outros cantos que, talvez, não pudesse ir e me fez perder-se pelas ruas estreitas da ilha italiana. Nesse horário pude apreciar melhor os edifícios, o vai-e-vém das pessoas e as vitrines das lojas, sem aquela multidão de turistas abarrotando as ruas.
Além de enfeiarem a Ponte dos Suspiros, outra coisa me deixou chateado: o modo como fomos tratados por alguns lojistas em Veneza. As pessoas são tão ríspidas que respondem com “patadas” a simples perguntas que fazemos. A pessoa entra na loja, pede alguma informação sobre um produto e recebe uma resposta cheia de grosserias e ironias gratuitas. A reação destes mal-resolvidos é tão intempestiva que ficamos estupefatos e de boca aberta com o show de grosserias que fazem conosco e até mesmo entre eles. Cria-se um clima horroroso dentro da loja que assusta os clientes e nos faz ir embora em decorrência do tratamento “amigável” que recebemos. Lamentável.
Em nossa estada em Veneza tivemos a sorte de ficar em um apartamento na região de Canareggio. Um apartamento com sala e cozinha, banheiro e quarto. Todos os cômodos razoavelmente amplos e equipados com os utensílios necessários para prover um dia-a-dia um pouco semelhante ao que levamos no Brasil. Foi um conforto e tanto que tivemos e não pagamos alto por isso. O nome do lugar é Palazzo Roza.
Ainda quero voltar à Veneza em outras oportunidades. Talvez o show de grosserias a que fomos submetidos tenha me deixado indignado e decepcionado. Esta é uma cidade tipicamente turística e o comércio é uma atividade fundamental há séculos. Deveriam estar acostumados a lidar com potenciais compradores. Talvez mais 10 anos vão se passar até que eu possa esquecer os maus modos desses infelizes e possa voltar para apreciar de novo esta cidade secular.
Próxima parada (e final): Milão. Voltamos para cidade onde tudo começou.

Roberto

Nenhum comentário:

Postar um comentário