quinta-feira, 4 de março de 2010

This Will Change Everything

This Will Change Everthing
Esta foi a afirmação colocada para diversos pensadores e recebeu interpretações as mais variadas, em geral ligadas ao campo de atuação de cada um. Ótimo livro que permite refletirmos sobre o futuro de acordo com a experiência de cada especialista em sua área (um deles é o brasileiro Marcelo
Gleiser). Algumas constatações:
O termo evolução deve ser entendido muito além do conceito Darwiniano. Ele se relaciona com a unificação, em que pequenas partes compõem um todo muito mais complexo. Transportado para o campo prático da ciência, a partir de demandas que surgem, o homem busca as soluções para os seus problemas - o todo - na imitação das estruturas da natureza (biomimicry) - as pequenas partes.
O transplante de códigos genéticos inteiros permite que se reproduzam em outros organismos vivos características dos seres que doaram o DNA. A utilidade dessa ferramenta biológica vai muito além do emprego na área médica.
Um texto muito interessante é sobre o futuro do mundo com o desenvolvimento da tecnologia robótica. Rôbos tão avançados que substituiriam seres humanos e animais como companhias, parceiros de relacionamentos. Animais domésticos com aspecto e jeito eternos de filhotes. O autor, ao imaginar tal futuro, se questiona acerca das consequências de nos relacionarmos com máquinas que são exatamente o que queremos. Não há crescimento, maturidade, reconhecimento do outro e de si mesmo, é isso o que acontecerá.
As interfaces cérebro-máquina são dispositivos que permitem a interação direta de áreas do cérebro, conectadas por eletrodos a instrumentos mecânicos. Somente o ato de pensar é suficiente para determinar que um braço mecânico, por exemplo, efetue uma preensão. Imagina-se que num futuro esses dispositivos serão capazes de transmitir ao cérebro as sensações advindas de um hardware que esteja conectado ao nosso corpo. Por exemplo, poderíamos estar a milhares de km de distância de um lugar e ter a exata sensação de estar presente naquele local.
A partir de combinações de genomas intermediários àqueles dos humanos e chimpanzés (que já foram mapeados) seria possível chegar-se, no futuro, ao ancestral comum de ambas as espécies. Na verdade, já foram recombinados genes desses tipos originando quimeras que não eram viáveis.
Será possível a manipulação do nosso genoma. Substituir genes determinantes de certas doenças ou então acrescentar características inexistentes a um ser humano (a capacidade de ser um velocista de alta performance, por exemplo). Obviamente há implicações éticas nisso. Curioso também é que mudanças de hábitos - por exemplo, exercícios físicos regulares, alimentação saudável, sociabilidade etc - atuam rapidamente, no espaço de meses, modificando a expressão dos genes. Ativam-se os genes que previvem o aparecimento de doenças e inibem-se os genes promotores de enfermidades.
O desenvolvimento maior dos computadores quânticos será uma revolução. O computador convencional trabalha com bits que variam entre 0 e 1. O dispositivo quântico trabalha com esses valores e com ambos (0 e 1) ao mesmo tempo. Eles permitem esta superposição.
Já tinha me informado sobre as opiniões científicas que diziam ser a vida na Terra uma exceção. Seríamos uma excepcionalidade neste vasto universo. No entanto, há outros cientistas que acreditam no contrário e talvez não tenhamos detectado alguma forma de vida em outra parte do universo porque nós temos convencionado como funciona a "nossa" vida, através de reações bioquímicas, códigos genéticos etc. Será que existem outra formas de vida que funcionam por paradigmas diferentes dos que conhecemos? Não se sabe, mas especula-se que formas de vida que funcionam bioquimicamente diferente de nós (homo sapiens, bactérias, vírus etc) possam habitar nosso próprio planeta, isto é existiria uma bioesfera escondida e sua descoberta mudaria a maneira de pensarmos a vida no universo.
As áreas da neurologia e psiquiatria terão um grande salto de desenvolvimento neste século, a reboque das transformações que estão ocorrendo na neurociência. Interessante imaginar a possibilidade de copiar o "conteúdo" do cérebro em mídias de armazenamento e esta cópia ser capaz de funcionar como o "seu" prórprio cérebro, no entanto sem capacidade de armazenamento, isto é estático no tempo. Supõe-se que o importante seria copiar os algoritmos de funcionamento do encéfalo. Esses algoritmos é que seriam transportados para outra mídia. Talvez esta capacidade de reprodução do cérebro esteja disponível até mesmo antes de se entender os mecanismos de funcionamento do cérebro.
Também se avança no sentido de visualizar toda a rede neural encefálica em funcionamento, não apenas áreas macroscópicas ou neurônios individuais como ocorre hoje. Talvez a partir daí possa se avançar para o entendimento do processo que integra o cérebro à informação, ao ato de formular hipóteses, por exemplo, fixar uma data no mês como futuro compromisso etc. Isso mudaria a própria forma como recebemos as informações, o que tornaria teclados, telas, mouse etc obsoletos.
Outra área ainda pouco explorada da neurociência é a que está relacionada à sincronização cerebral. Por meio da sincronização formam-se grupos em torno de objetivos comuns, assim como podemos agir de forma contrária, isto é colocando-se fora de um determinado grupo. Um dos mecanismos envolvidos parece ser o do neurônio espelho, que nos induz a elaborar as atitudes de uma outra pessoa em nosso próprio cérebro.
O ser humano possui um período inicial da sua vida em que é imaturo para sobreviver sozinho e necessita do adulto para sua proteção. Nesta fase ele possui capacidade aumentada de aprendizado, mas é incompetente como planejador e executor de atividades. A plasticidade cerebral refere-se à capacidade dos neurônios sofrerem modificações adaptativas – nas espinhas dendríticas – aos estímulos externos. Ela é predominante nas primeiras fases da vida, até cerca de 20 anos, e nos permite aprender com mais facilidade. Socialmente, estendemos esse período de aprendizado por meio da escola. No entanto, é possível manipular geneticamente os genes envolvidos neste processo ou através de drogas recuperar a plasticidade infantil em neurônios na fase adulta. Isso possibilitaria utilizar-se desta característica para estender cronologicamente a melhora do aprendizado e também ajudar na recuperação de sequelas neurológicas. Já há experiência em andamento na Finlândia relacionada à capacidade visual.
Há vários textos sobre produção de energia e diversos especulam sobre maneiras de se gerar energia limpa e renovável, não dependentes de recursos naturais, como por exemplo através de microorganismos.

Roberto

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