sábado, 3 de julho de 2010

E paramos na Holanda...

Eu imaginava que o Brasil não seria campeão, apesar da grande parte dos times ser tão medíocre ou jogar de forma tão medíocre como o Brasil, mas durante o jogo de ontem, até tomarmos o segundo gol, vi o Brasil na semifinal. Sinceramente, não acho esse time da Holanda melhor que o Brasil, no primeiro tempo eles tomaram um show de bola e o 1 x 0 ficou barato. A Holanda estava tão perdida que um dos destaques da partida (Robben) cobrou o escanteio para ele mesmo e largou a bola perto da bandeirinha. Nunca vi uma jogada tão patética.
O Brasil, apesar da vantagem em todos os sentidos, jogava de forma nervosa e aceitava a "catimba" dos holandeses. Aliás, esses holandeses jogavam que nem argentinos no quesito "catimba". E os brasileiros - e o juiz - foram entrando na onda deles. O Robinho passou a partida inteira discutindo com o juiz e os adversários, mesmo quando ganhava tranquilamente. Um dado comum em todos os jogos da seleção (talvez menos contra a Coreia pela fragilidade do adversário) foi a falta de equilíbrio emocional, mesmo de jogadores conhecidamente ponderados, como Kaká. Talvez, reflexo do comandante desta seleção que gastou boa parte do seu tempo brigando com jornalistas e respondendo de forma exagerada às provocações da imprensa. Some-se a isso tudo uma necessidade da comissão técnica de passar um ar de seriedade que não existiu em 2006 e imagina-se porque esse grupo era tão tenso em campo.
O segundo tempo começou diferente, a Holanda se lembrou que estava numa Copa e voltou melhor. Mas, voltar melhor depois do primeiro tempo que fizeram não foi nada do outro mundo, pois eles não estavam jogando nada. Até o primeiro gol holandês, a partida estava equilibrada e o Brasil mais próximo da vaga. No entanto, como havia acontecido em outros jogos, a defesa deu um apagão. De quem menos se esperava, veio a falha: Julio Cesar. O outro que falhou - e foi o principal personagem deste jogo - havia feito um lançamento primoroso no primeiro gol do Brasil: Felipe Melo. Depois de procurar sua expulsão em outros jogos, este rapaz conseguiu o que todo mundo temia, pois foi expulso e num momento decisivo da Copa para nós. A Holanda havia virado um jogo que nos era favorável, mas com 11 em campo tudo era possível. Depois da expulsão, o que estava ruim ficou pior ainda e o que se via era um show de contra-ataques holandeses e chutões e chuveirinhos por parte dos brasileiros. Crucificar este rapaz como único responsável pelo que aconteceu é injusto. Mas, não é injusto perguntar o que uma pessoa com tamanho desequilíbrio estava fazendo no time do Brasil. Desta vez, saímos por motivos diferentes dos de 2006, quando imperava a bagunça e o estrelismo do jogadores. Dessa vez nem havia estrelas, propriamente ditas; como li em algum lugar da internet: estamos numa entresafra de jogadores. Ganso e Neymar são ótimos jogadores, mas não sei se iriam mudar o panorama do jogo de ontem, não os acho fora-de-série...Como foram Ronaldo e Rivaldo em 2006 (Rivaldo não era da mesma importância do Ronaldo, mas jogou como um fora-de-série e, inclusive, jogou mais que Ronaldo), Romário em 1994 e os tantos outros (Pelé e companhia) nas copas mais antigas. A seleção de 1994, por exemplo, tinha sérios problemas no meio-campo, mas resolvia seus jogos por meio da genialidade do Romário e do ótimo Bebeto. O esquema tático era tão burocrático quando o do time do Dunga.
Em resumo, não merecíamos mesmo vencer esta Copa, mas ficou a sensação de termos saído precocemente. Os dirigentes e comissão técnica apostaram numa filosofia que não deu certo. E que fique como lição o seguinte: seguir concentrado naquilo que se faz, não sair respondendo às provocações indiscriminadamente, procurar fazer o seu melhor e deixar que as coisas aconteçam naturalmente.

Roberto

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